Tenho lido e ouvido as mais diversas discussões sobre o que será de 2009! Há de um lado os mais pessimistas que acreditam em um ano novo repleto de problemas velhos e agravados e há aqueles que acreditam que depois de uma tempestade vem à bonança.
Devemos analisar essa questão não pelo todo mas por partes. A crise atinge os setores da economia de forma diversa e portanto, não há como afirmar categoricamente que todos estarão em maus lençois em 2009. É verdade que a economia real, ou seja o meu ganho pão, o emprego do meu vizinho, as vendas na empresa do meu marido, podem sim estar compremetidas ou na melhor das hipóteses estarão estáveis sem os invejáveis picos que tivémos em 2008! Em um mesmo ano conseguimos atinguir recordes em diversos setores e depois uma brutal queda na confiança que atingiu a bolsa de cheio!
Setores primários como siderurgia e agropecuária sofrerão um impacto considerável. O primeiro, já pode ser analisado pela queda nas vendas da gigante VALE. Já são 1500 funcionários demitidos e certamente muitos contratos a menos, considerando a desacelareção do mercado internacional, incluindo o mundo maravilhoso da China. Já a agricultura, historicamente e pela sua própria natureza, é afetada pelos humores do mercado de commodities. Um grande mar revolto e indomável! A questão chave desse setor é como fazer fluir crédito para os produtores que em anos anteriores expandiram continuamente suas lavouras. As fontes secaram e falo daquelas que realmente importam para o agricultor, o financiamento privado advindo das relações comerciais com tradings, indústrias de insumo, e processadores. Desde 2005 esse crédito já representava 30% do que é demandado pelo setor, sendo complementando com o crédito a taxas preferenciais repassado por bancos, principalmente Banco do Brasil, cooperativas e cooperativas de crédito. Esse crédito, de natureza limitada, não será facilmente acessado, ainda que tenham sido feitos esforços do governo em ampliar as exigibilidades. Os bancos, da sua parte, em um cenário de incerteza e enorme possibilidade por parte dos produtores de inadimplirem, aumentarão a exigência de garantias e reduzirão a oferta. O que resta ao produtor é usar seu capital próprio e estabelecer boas relações contratuais com a indústria afim de garantir venda e preço.
Olhando no micro universo das classes sociais, os impactos são tão diversos quanto no âmbito das indústrias. A salvação da pátria parece estar nas camadas mais baixas ainda não atingidas pelo desemprego e de certa forma, alienadas das discussões político-econômicas que acaloradamente ocorrem nas classes mais altas. Enquanto há emprego, há o churrasquinho no final de semana. Oxalá permita que isso não acabe tão cedo!
A minha perspectiva é da otimista crente na mão invisível do mercado empresarial. Aí está a nossa saída: o comprometimento do empresariado em descobrir alternativas para driblar mais uma crise. Afinal, para quem já viveu os diversos planos das décadas de 80 e 90, essa pode ser chamada literalmente de mais uma crise!
Bom ano de 2009 a todos!!
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
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